sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

parte 8...

o primeiro post on the fly...

vim passar uns dias a maxixe que é uma cidade no distrito de Inhambane, um bocado mais a norte de maputo...

em maputo estava muita chova nos últimos dias, apesar de não estar frio, mas confere que aqui tem sido mesmo época das chuvas.

durante a viagem apanhamos uma estrada mesmo horrível, e o carro, que tinha a tracção avariada, estava a patinar por todos os lados. a estrada nacional está em obras por isso haviam uns 90 km feitos sobre chuva e lama, que para além de demorarem quase 2h a ser feitos, implicaram umas 10 paragens para limpar o vidro da frente do carro porque o limpa para-brisas avariou :P

assim que entramos no inhambane, que fica depois do distrito de maputo e gaza a chuva parou e tal como já me vinham dizendo no caminho aqui estava tudo um bocado seco e sem chuva. devido a isso o caminho começou a ficar um bocado mais fácil e lá fizemos os 450 km de maputo a maxixe.

já no distrito de inhambane, poucos kilometros no fim da "rua nacional" chegasse assim ao alto dum monte onde se tem uma das visões mais espetaculares que já tive aqui em moçambique.
é chamada baia de quissico, fica uns km antes de inharrime, estou a procurar uma foto no google mas não está fácil, depois meto uma das que tirei que pode não ser a melhor maneira de mostrar mas dá para ver qualquer coisa. mas a visão dos coqueiros e o oceano e lagoa lá ao fundo é mesmo espetacular... aquele oceano azulinho claro todo a convidar a um mergulho... muito bonito mesmo.

aqui para cima, que apesar de ser mais a norte, fica a bem menos de metade de moçambique, fica a meio caminho entre maputo e beira, que é o centro de moçambique.
mas dizia, aqui para cima a paisagem é muito mais de coqueiros e outras árvores que na zona de maputo com as mangueiras. mas é na mesma muito verde, apesar da falta de chuva que eles se queixam.

toda esta zona de moçambique, o distrito de inhambane tem praias espetaculares, algumas já vi, outras já ouvi falar, como a zona das ilhas de bazaruto, vilankulos, e mais outras que agora me foge o nome.

à chegada à casa dos padres em maxixe, vim cá para conhecer o polo da universidade que eles têm aqui. faz parte dum acordo entre a congregação deles e a universidade pedagógica que é uma universidade estatal para formar professores. voltando, à chegada encontrei a minha primeira distração... eles têm uma macaca em casa, não em casa, mas no jardim... apesar de ser relativamente engraçada, gosta muito de morder, a mim que não me conhece muito é tudo o que faz. não aleija porque os dentes são como os nossos, não são assim muito afiados, mas ela lá se diverte a mordiscar. chama-se vilma.

depois de chegar e brincar um pouco com a macaca estive a dar umas voltas pela cidade, a conhecer, fui também ao polo da universidade, e depois fui jantar e descansar que a viagem tinha sido algo cansativa.

no dia seguinte o programa prometia, ia-mos visitar uma praia que da qual a universidade ia comprar a conseção...

acordei todo bem disposto já de fato de banho vestido e tudo, confesso que essa boa disposição deu lugar a muitas idéias, quando descobri que apesar de pobre, tinha dinheiro para comprar uma conseção do género :P

isto sabendo que apesar de tudo estou pobre. mas passo a explicar, não se compra o terreno, o governo vende o direito ao espaço, por tempo indeterminado, ou seja até um dia nacionalizarem a coisa de novo, e só têm de se pagar a indemnização a quem usa os terrenos para cultivos... a congregação vai "comprar" um espaço de mais de 5 hectares que inclui uma praia só para eles... também quero :P

vão fazer um centro de retiros, com também um polo de investigação geográfico da universidade, ao mesmo tempo que construir um pequeno lodge para ir ajundado a financiar as coisas.

se a idéia de ir à praia agradava a viagem foi no mínimo engraçada, para mim pelo menos, o padre que ia ver a praia já não achou o mesmo, isto porque nunca lá chegamos, logo ainda não sei como ela é.

isto porque fomos com uma técnica do governo distrital para demarcar o terreno, levávamos o mecânico dos padres para conduzir o carro e depois disso teríamos de ir buscar "o líder" da comunidade envolvente da praia com quem se discute o pagamento das indemnizações .

até chegar a casa do líder já o carro tinha ficado atolado duas vezes. lá conseguimos continuar o caminho com ajuda de alguns "locais" que por lá andavam no meio das palhotas, e chegado a casa do lider estacionamos, e ficamos à espera dele.

quando ele chegou para ir-mos para a praia... o carro nada, não funciona, o mecânico/motorista dos padres abre o capô do carro e um dos fusíveis está derretido... nada que não se resolva, vai à bagageira do jipe, um pagero parecido com o galloper que "nós" tínhamos.
estava lá uma coluna dum rádio, ele rebenta o fio que ligava a coluna ao som e vai de tentar ligar isso nos fusíveis do carro. ele desenrascado é, mas também muito optimista e na minha opinião algo incompetente... os carros estão sempre com problemas aqui, para quem tem um motorista/mecânico não é muito bom sinal.

depois o carro tem duas baterias, interligadas entre elas, porque ele diz que é mais seguro... o meu sempre funcionou bem só com uma mas pronto.

isto continua num troca fios dum lado pro outro, empurra daqui empurra dali a tentar meter o carro a funcionar e nada.

tivemos de ligar a pedir ajuda de outro mecânico amigo dos padres.

enquanto ele chegava e não chegava, passaram umas 3h nas quais empurramos o carro dum lado pro outro com pouco sucesso, por empurramos entendesse nós que estávamos no carro (4pessoas, o líder e malta lá da aldeia) éramos uns 10 que entretanto ali se juntaram.

um desses que o líder chamou, era um rapazito duns 15 anos, chamado félix, que durante o tempo que esperávamos, e a primeira vez que dou por ele, está o rapazito na descontra a subir a um coqueiro... em menos de 2 minutos subiu lá a cima e foi buscar 4 côcos, na altura não tinha percebido, mas passado uns minutos ia ter o prazer de beber a minha primeira água de côco à lá brasil, e ainda por cima acabado de ir buscar à árvore.

tinha sido o líder que tinha dito ao puto para ir lá buscar, tudo numa de bons costumes de saber receber.

4 côcos um para cada um de nós os visitantes, eu, o padre, a senhora da câmara e o nosso motorista.

a água de côco não é assim grande coisa, pelo menos não gostei nada de especial, mas já estava a morrer de sede e soube muito bem mesmo.

depois disso o puto com o bocado de casca que sacou de cada um dos côcos e a sua catana, faz uma colher para cada um e abre os côcos ao meio para comermos o interior... e isto sim soube bem pra caraças... até porque já estava a ficar com fome.

bem passado umas horitas lá apareceu depois o outro mecânico, mais um amigo dele que era o antigo mecânico dos padres, numa mitsubishi l200 que trazia uns 20 gajos na parte de trás da pickup. também eles, os dois que vinham em nosso auxilio tinham ficado presos e usaram as 20 pessoas como peso para o carro andar melhor :P

arranjaram o carro, mudaram lá uns circuitos na bateria e estávamos a caminho de casa... ou pelo menos assim parecia, já não ia-mos à praia que o carro não estava em condições.

o estávamos a caminho de casa é porque o carro no caminho de volta ainda avariou umas 10 vezes. só ficou resolvido o problema quando o outro mecânico veio e desfez aquele circuito ridiculo das duas baterias e meteu só uma....

bem depois foi dormir e hoje cá estamos a ver o que o dia reserva... acho que "tenho" de ir ajudar na universidade a ver se os ajudo a fazer uma página para a universidade.

latter ;)

ps: encontrei finalmente no google alguns links do que procurava +- ficam aí pelo meio do texto.




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